Pode parecer estranho classificar suor como doença, mas o que a maioria das pessoas não sabe é que se ele for excessivo, passa a ser caracterizado como uma anormalidade, chamada de Hiperidrose.
Responsável por controlar a temperatura corporal, o suor é um mecanismo indispensável para evitar o superaquecimento do corpo. Nosso cérebro manda sinais para mais de 3 milhões de glândulas de suor, para que soltem o líquido incolor. Ao evaporar da pele, ele promove a redução e o reequilíbrio da temperatura corporal.
Porém, às vezes ele ocorre em momentos em que não estamos gastando tanta energia. É comum que a ansiedade, a tensão e o medo sejam fatores que provocam o suor, mas quando incontrolável, acaba sendo uma situação muito desagradável e constrangedora para muitas pessoas.
A transpiração pode ser tão excessiva que, em casos mais intensos, chega a pingar continuamente, fazendo com que ações fáceis e rotineiras, como apertar a mão ou pegar um papel, tornem-se verdadeiros sacrifícios.
E não é apenas nas mãos. A Hiperidrose é muito comum em axilas, nos pés, nas mamas e no couro cabeludo, ou seja, partes do corpo que contém maior número de glândulas sudoríparas (produtoras do suor).
Causas e diagnósticos
O suor excessivo começa a aparecer na infância ou adolescência, geralmente nas mãos, pés, axilas, cabeça ou rosto. Para ter um diagnóstico correto, é necessário passar por uma avaliação médica, além de realizar alguns exames, como o teste de amido-iodo, que ajuda a delimitar a área de Hiperidrose.
O diagnóstico clínico é baseado nos sintomas do paciente e seu histórico emocional e psicológico, já que pode ser uma reação consequente de algum transtorno emocional ou psíquico. Além disso, a avaliação da hipótese de Hiperidrose Secundária, provocada por alguma outra doença, também deve ser considerada.
Outro fator importante no diagnóstico é a herança genética, já que cerca de 30% a 50% dos pacientes que sofrem com a sudorese excessiva possuem um parente de primeiro grau, como pai ou mãe, com o mesmo problema.
Com base nos resultados, o profissional poderá indicar o tratamento mais adequado
Sem predominância, a doença ocorre tanto em homens, quanto em mulheres, com maior número de pacientes a partir dos 18 anos. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a Hiperidrose afeta de 2% a 3% da população, mas menos de 40% dos pacientes com essa condição consultam um médico.
Botox para controle da Hiperidrose
Entre alternativas de resolver o problema, a cirurgia torácica é considerada a mais radical, já que seu processo é de seccionar um nervo específico, bloqueando o estímulo para suar na área afetada.
Já como solução temporária para quem não pretende passar por cirurgia ou teme complicações, o Botox é uma alternativa comprovada com alto nível de eficiência e segurança, além de ser a opção com melhor custo benefício para a Hiperidrose nas axilas.
Por bloquear o estímulo do suor junto às glândulas, a toxina botulínica (Botox) proporciona o controle da produção de suor por meses. Realizada por injeção na pele com uma agulha muito fina, o produto inicia sua ação em torno de 24 horas e tem duração média de 6 meses.
A aplicação é feita no consultório de forma rápida, com duração em torno de 15 minutos, e o efeito já é notado a partir de 72 horas. O Botox pode ser reaplicado depois de 6 meses, quando os sintomas retornarem.
Vale observar que a o tratamento com Botox é muito sugerido para a melhora da qualidade de vida, e tem alto grau de satisfação dos pacientes.
Em entrevista concedida ao programa “Bem da Terra”, falo mais sobre as vantagens do Botox para o controle do suor excessivo.