Tão temida e odiada pelas mulheres, a celulite é uma alteração do tecido celular subcutâneo, ou seja, da gordura localizada abaixo da pele. De nome científico lipodistofia ginóide (lipo = gordura; distrofia = alteração; ginóide = referente à mulher) a celulite acomete a imensa maioria das mulheres, em maior ou menor grau. É relacionada à mulher devido aos hormônios femininos (estrógeno e progesterona), que facilitam a retenção de líquido e conseqüente inchaço, além de distribuição maior de gordura nos membros inferiores (glúteos e pernas).
Tem início comumente nas pernas e glúteos, devido a um inchaço leve, fase esta não notada à primeira vista, apenas quando se aperta a pele, ficando esta irregular e em “casca de laranja”. O edema (inchaço) propicia a formação de traves de fibrose (cicatriz interna), a qual dificultando ainda mais a circulação local, aumenta o edema, que acelera a fibrose, etc… um ciclo vicioso. Com o agravamento da fibrose, há a loculação da gordura subcutânea (abaixo da pele) que fica aprisionada entre traves de fibrose, aumentando ainda mais o inchaço e sendo projetada para cima, ao passo que as traves de fibrose se retraem. Com isso, fica evidente o aspecto irregular, as depressões da pele nos locais de fibrose e as protuberâncias da gordura, alternadamente.
Mas o que pode ser feito para tratar tão indesejada alteração?
Cremes, massagens, meias, injeções, medicamentos e todos tipos de tratamentos se dispõem a tratar a celulite. Mas será que algum realmente é eficaz?
Primeiramente, a celulite não é curável, ou seja, não há como elimina-la de uma vez por todas. Por se tratar de uma alteração fisiológica natural, ela pode ser controlada, mas o corpo sempre tenderá a retornar ao padrão geneticamente predisposto. Na árdua tentativa de controlar a celulite, a primeira coisa a fazer é evitar que ela piore, não acelerarmos o seu desenvolvimento. Como, no final das contas, trata-se de gordura, todos os esforços devem ser feitos para evitar alimentos gordurosos ou calóricos, pois o acumulo de gordura sempre levará à piora do quadro. Exercícios aeróbicos são sempre estimulados, pois além de melhorarem a circulação das pernas, queimam gordura para gerar energia, reduzindo o acúmulo da gordura sob a pele. Assim, o exercício age em dois dos pilares da celulite: inchaço e acúmulo de gordura.
A maioria dos cremes e medicamentos para celulite (injetáveis ou não) visa atenuar o inchaço e aumentar o metabolismo do tecido celular subcutâneo, melhorando os mesmos pilares que o exercício. Porém, a penetração e efetividade nem sempre são as propostas e muito menos esperadas para o tratamento eficaz.
Meias e massagens ajudam a reduzir o edema, atuando apenas em um dos pilares.
Mais recente entre todos os tratamentos, a carboxiterapia surgiu como o tratamento mais completo. O gás carbônico, sabidamente um excelente vasodilatador, ao ser infundido abaixo da pele, aumenta a circulação local, reduzindo o inchaço, aumentando o metabolismo local e facilitando a queima da gordura. Por fazer um descolamento da pele pela infusão do gás, as traves de fibrose são afrouxadas atenuando as retrações da pele. Com isso, é o único tratamento que atua nos três pilares da celulite: edema, fibrose e gordura. Logicamente, como todos ou outros tipos de tratamentos, a carboxiterapia tem suas limitações e visa a atenuação e não a resolução da celulite.
Como em qualquer batalha, a chance de sermos bem sucedidos está relacionada ao maior arsenal de combate que dispusermos. Assim, quando associamos diferentes tipos de tratamentos, exercícios e reeducação alimentar teremos maior chance de êxito.
Dr. André Gonçalves de Freitas Colaneri
Cirurgião Plástico Especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
gostaria de poder usar tua pesquisa para meu trabalho da faculdade de estetica e cosmetica,
mas não consigo e nao vou escrever as tuas declaraçoes sem teu concentimento
Pode pesquisar e usar as informações, mas não copiá-las. abraço