A mamoplastia de aumento é hoje a cirurgia mais realizada entre os cirurgiões plásticos brasileiros. Em levantamento recente do Datafolha, ultrapassou a lipoaspiração, que durante anos foi a preferida entre cirurgias plásticas.
Mas afinal, qual dentre tantas opções é a melhor prótese de mama?
Esta é uma pergunta sempre recorrente no nosso consultório. Aparentemente uma pergunta simples e direta, sua resposta é bem complexa.
Vamos agora tentar ponderar vários fatores que influenciam na escolha da prótese ideal.
Primeiramente, a paciente.
Todos sabemos que cada uma paciente tem um biótipo, peso, volume e forma da mama diferente da outra. Também a expectativa de tamanho da prótese varia muito. Isso no leva a crer que um prótese boa para uma paciente pode não ser a ideal para outra. O tipo da prótese.
A prótese pode variar em forma: redonda ou anatômica (“em gota”). Em projeção: perfil baixo, moderado, alto. Na superfície: lisa, texturizada ou poliuretano. No conteúdo: silicone gel ou salina (soro fisiológico).
O plano de colocação.
A prótese pode ser colocada abaixo da glândula mamária (subglandular), abaixo do músculo (submuscular) ou parte abaixo do músculo e parte abaixo da glândula (dual plane).
A incisão para colocação ou cicatriz.
Axilar, submamária, periareolar, umbilical.
Ufa! São muitas variáveis…
Tentando facilitar a compreensão, tentarei dar algumas diretrizes que se aplica na maioria dos casos.
Prótese de gel
A prótese mais usada é a de silicone gel. O gel moderno é coeso e não esparrama se a prótese romper (coisa muito rara neste tipo de prótese). A resistência da prótese é muito maior do que a salina, que rompe e perde volume com maior facilidade, assim como pode apresentar barulho caso uma bolha de ar fique dentro dela. A consistência à palpação também é mais natural. Por esta razão, quase não se usa prótese salina no Brasil. Nos EUA ainda usam porque o a prótese de silicone gel ficou proibida por um tempo (sem motivo) e agora que foram liberadas, os cirurgiões americanos não tem ainda familiaridade com o silicone. Por isso, a cicatriz umbilical não é comum no Brasil, pois para usá-la, a prótese deve ser salina, a qual é insuflada depois de colocada. Não faz sentido usar uma prótese pior somente para colocar pelo umbigo.
Prótese lisa
A prótese lisa apresenta maior grau de contratura capsular (vulgarmente conhecida pelos pacientes como “rejeição”). A texturizada e a poliuretano tem menor risco. Esta é a razão que a prótese lisa foi praticamente abandonada. A prótese de poliuretano é de difícil colocação, e por isso é colocada mais pela cicatriz submamárea, a qual apresenta melhor exposição e menor distancia até a loja onde será inserida.
Prótese redonda
A prótese redonda projeta mais o colo que a anatômica. Isso por um lado deixa mais sexy, por outro lado marca mais a mama e pode deixar um aspecto artificial, muito arredondado. Isso é mais evidente principalmente em pacientes magras, onde a ausência de glândula deixa a prótese mais próxima da pele e mais evidente. Por esta razão é que em pacientes com mamas muito pequenas e que gostam do formato redondo, a escolha do plano geralmente é submuscular. O músculo nestes casos oculta em parte o rebordo da prótese, deixando a mama arredondada e sexy, mas sem marcar tanto e com isso mais natural. A prótese anatômica, pode ser colocada abaixo da glândula nestes casos, pois o seu formato anatômico a mantém com aspecto mais natural.
Pacientes com aréola pequenas não podem usar a via periareolar para colocar a prótese, pois não teria espaço para a introdução da mesma.
Afora estas “diretrizes” gerais, existe ainda uma infinidade de variações e combinações entre forma da mama, prótese, plano de colocação e local da cicatriz. Logo, para saber realmente qual seria a melhor prótese para cada caso, é fundamental a consulta com um cirurgião Especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Somente avaliando o biótipo e ponderando as preferências de cada pacientes é que a prótese ideal poderá ser escolhida com segurança.
Dr. André Gonçalves de Freitas Colaneri
Cirurgião Plástico Especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica