A Lipoaspiração é de longe a cirurgia plástica mais realizada, desejada e comentada. E você, já conhece todos os tipos de Lipoaspiração?
Na sociedade moderna de hoje, onde o trabalho e o trânsito consomem quase todo o nosso tempo, onde os espaços para laser e exercícios são escassos, perigosos ou distantes, o acumulo de gordura corporal se tornou frequente. Na dificuldade de reverter este quadro por mudanças de hábitos, muitos têm recorrido à Lipoaspiração para a retirada da tão indesejada gordura.
Diante de tantos tipos divulgados pela mídia, surge a dúvida: Qual o melhor tipo de lipo para mim? Qual a diferença entre eles?
Pois bem, vamos tentar esclarecer estas dúvidas.
O termo Lipoaspiração se refere a uma cirurgia da especialidade da cirurgia plástica, que retira a gordura por aspiração através de uma cânula. Logo, toda cirurgia que retira gordura por cânula é uma lipoaspiração ( seja tradicional, lipoescultura, vibrolipoaspiração, lipo a laser, lipo ultrassônica, minilipo, hidrolipo, lipo-light, lipo de alta definição, etc).
É uma Lipoaspiração em que se aproveita a gordura retirada para enxertar em outro local, geralmente para aumentar o volume, modelar ou reduzir vincos e depressões. Muito frequente são os enxertos de gordura nos glúteos ou na face. Para ser enxertada, a gordura passa por um preparo de lavagem, decantação e, às vezes, centrifugação.
Parte do enxerto é absorvida, em torno de 50%, mas o que fica é bem aceito pelo organismo, e dificilmente dá problemas. A gordura enxertada se comporta como a gordura da área doadora e pode aumentar no caso do paciente engordar ou reduzir, no caso de emagrecimento.
É realizada por cânulas simples, que apenas aspiram a gordura. Podem variar na forma, quantidade de buracos e diâmetro (quando mais grossa a cânula, mais rápida é a lipo, maior o trauma para retirar a gordura e maior o risco de irregularidades).
É realizada por uma cânula vibratória. A vibração da cânula, quebra a resistência da gordura e facilita a penetração e aspiração. Os movimentos feitos pelo cirurgião podem ser mais leves, suaves e lentos, com maior controle, menor trauma e sangramento, o que leva a uma melhor recuperação. É muito útil no caso de pacientes com gordura mais densa e nos casos de segunda lipoaspiração, quando a gordura apresenta traves de fibrose dificultando a penetração da cânula. Eu, particularmente, sempre uso o vibrolipoaspirador para a retirada da gordura.
Uma cânula com laser na ponta é introduzida para queimar a gordura antes desta ser retirada. A liquefação da gordura e o calor emitido pelo laser, facilitam e reduzem o trauma na retirada, reduzem o sangramento por queimar pequenos vasos sanguíneos, e proporcionam uma melhor retração da pele, reduzindo o risco de uma maior flacidez de pele pós-lipo. Nos casos de flacidez moderada ou intensa, o laser não evita a retirada de pele para tratar a flacidez. É importante notar que a gordura liquefeita precisa ser retirada do organismo por outra cânula aspirativa, que pode ser pela técnica tradicional ou pela vibrolipoaspiração. Como o laser destrói as células, a gordura retirada da lipoaspiração a laser não é ideal para enxertar em uma lipoescultura, pois a absorção seria muito maior que o usual.
Muito semelhante à lipo a laser, mas a cânula usada emite ondas de ultrassom na ponta. Também muito eficaz para dissolver a gordura e facilitar a sua retirada, com menor sangramento, menor trauma, menos dor na recuperação e maior retração da pele. A gordura liquefeita precisa ser aspirada por uma cânula tradicional ou por vibrolipoaspiração. Como o probe da ponta da cânula da lipo ultrassônica é maior que a do laser, a lipoaspiração ultrassônica dissolve a gordura com maior velocidade. O risco de queimadura também é menor se comparado ao uso do laser.
Apesar de não serem nomes técnicos, a mídia difunde muitos tipos de lipoaspiração com anestesia local como se fossem uma técnica especifica e diferente. No fundo são todas lipoaspirações tradicionais realizadas com anestesia local, com paciente acordado e em pequenos volumes e regiões. Frequentemente são indicadas várias sessões para evitar fazer toda a lipoaspiração de uma única vez e muitas vezes são realizadas em ambiente não hospitalar. Todas são lipoaspirações sim, com todos riscos de uma cirurgia.
Logicamente, uma cirurgia de menor porte tem menor risco cirúrgico, mas fracionar uma cirurgia em várias outras não reduz seu risco, podendo inclusive aumentar. Ao fazer muitos procedimentos, corre-se o risco de infecção, sangramento, reações anestésicas em todas elas. Vale ressaltar que anestesia local também tem seu risco e dose tóxica. É bem indicada no caso da lipo ser resolvida apenas em uma sessão e se realizada em ambiente hospitalar. Fazer várias sessões também aumenta o risco de irregularidades e assimetrias.
Entre os tipos de Lipoaspiração, essa é a que se tenta esculpir a gordura de forma a mimetizar o desenho de uma musculatura bem desenvolvida, definir o “abdômen em tanquinho”. Apesar da mídia divulgar como uma maravilha, vale ressaltar, que mesmo que seja bem feito o contorno, uma gordura nunca será igual ao músculo definido, visto que a gordura é mole e não contrai, ao passo que a musculatura é rígida e contrai. O risco de irregularidades e assimetrias caso o paciente engorde depois da lipo também é maior. Melhor fazer a lipoaspiração para reduzir a gordura e tentar definir a musculatura com exercícios.
Médico formado pela UNICAMP
Especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica