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O cigarro e a cirurgia plástica

É normal que antes de realizar qualquer cirurgia, inclusive a cirurgia plástica, o médico passe uma série de recomendações que devem ser seguidas à risca para garantir a saúde e segurança do paciente. A necessidade de parar de fumar é uma delas, afinal, o cigarro e a cirurgia plástica não combinam. 

Sabemos que o tabaco por si só já é muito prejudicial para a nossa saúde. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o tabagismo tem relação com mais de 50 enfermidades como câncer, problemas respiratórios e doenças cardiovasculares. 

No entanto, falando especificamente dos procedimentos plásticos e cirúrgicos, precisamos alertar sobre os perigos que o cigarro pode causar tanto antes da cirurgia quanto depois.  Neste artigo, você vai conhecer os motivos para parar de fumar antes de realizar uma cirurgia plástica. Para os fumantes que pretendem realizar uma cirurgia plástica, leia este artigo com atenção.

Se preparando para uma cirurgia?

Durante a consulta de avaliação que precederá sua cirurgia, existirão diversas orientações gerais que irão fazer uma grande diferença durante a preparação do seu corpo, de maneira a deixá-lo em condições favoráveis para que ocorra um procedimento tranquilo e uma recuperação livre de complicações.

Entre essas recomendações encontram-se: manter uma alimentação saudável, evitar o uso de alguns medicamentos por 15 dias antes, evitar bebidas alcoólicas e, claro, parar de fumar está entre esses alertas.

O hábito de fumar pode aumentar em até quatro vezes as complicações, tanto no intra quanto no pós-operatório. Por isso, se você é fumante e deseja realizar um procedimento, precisa ficar atento e parar de fumar semanas antes da cirurgia plástica.

Complicações ao associar o cigarro e a cirurgia plástica

Os prejuízos respiratórios causados pelo tabagismo são fáceis de serem compreendidos. Acontece que os malefícios causados pelo hábito vão além e causa também grandes problemas no sistema circulatório.

As substâncias químicas presentes no cigarro, especialmente a nicotina, causam estreitamento dos vasos sanguíneos, aumentando o esforço cardíaco e favorecendo o surgimento de doenças vasculares.

Logo, o paciente tabagista deve saber que ele é mais suscetível ao desenvolvimento de complicações decorrentes da má circulação. Entre os principais riscos, encontram-se:

  • Necroses;
  • Trombose;
  • Embolia pulmonar;
  • Deiscência: abertura dos pontos
  • Acúmulo de líquido.

O cigarro e os problemas de cicatrização

É preciso entender que o cigarro afeta a oxigenação do corpo pelo sangue e também prejudica a distribuição de nutrientes para a regeneração da pele e tecidos.

O cigarro concentra mais de quatro mil substâncias tóxicas que podem interferir na cicatrização das suturas realizadas na cirurgia plástica.

O bom funcionamento do sistema circulatório é diretamente proporcional às boas condições da cicatriz e sua evolução com o tempo.

Isto porque, sem uma circulação sanguínea bem feita, a pele deixa de ser irrigada como deve e sua nutrição e oxigenação são prejudicadas. O consumo de cigarros compromete justamente esta irrigação, o que prejudica o processo de cicatrização.

Sem contar que em um caso como de um procedimento cirúrgico, mais do que nunca os tecidos precisam de oxigênio e dos nutrientes trazidos pelo sangue.

O tabagismo também aumenta o risco de trombose e embolia pulmonar, uma conhecida causa de morte pós-operatória, como citamos anteriormente.

Quando suspender o cigarro para a cirurgia plástica?

 

O cigarro deve ser suspenso no mínimo um mês antes das cirurgias. Nas cirurgias de grandes descolamentos da pele, é recomendado que o paciente pare de fumar por pelo menos 2 meses ou mais.

Uma dessas cirurgias é Abdominoplastia, na qual ocorre um grande deslocamento e reposicionamento de pele e, consequentemente, atinge em maior grau a vascularização da mesma, que naturalmente já costuma ter uma redução nestes eventos.

Envelhecimento precoce

O tabagismo também faz a produção excessiva de radicais livres, o que aumenta a oxidação e leva ao envelhecimento precoce da pele. De nada adianta fazer cirurgias para melhorar a autoestima, deixar o corpo mais harmonioso e bonito, mas estar prejudicando sua pele por causa do fumo, não é verdade?

Conclusão

O charme do cigarro na década de 50 retratado nas telas de cinema da época ficou para trás.

O paciente que deseja realizar uma cirurgia plástica deve suspender o cigarro para não aumentar consideravelmente seus riscos, que já são inerentes a qualquer operação. Nos casos de cirurgias de pequeno porte, com anestesia local, o risco do tabagismo é pequeno, não sendo obrigatório parar de fumar. Mas como o cigarro nunca ajuda, se puder parar, melhor. Tenha certeza que uma boa recuperação e bons resultados dependem muito disso. Sem contar que quando você parar de fumar, o seu corpo reagirá positivamente de forma quase instantânea.

E o mais importante: é preciso ser muito verdadeiro com o seu médico e dizer se você está seguindo as recomendações da forma correta ou não. Lembre-se que quem estará colocando a saúde em risco é você mesmo.

Gostou deste artigo? Deixe nos comentários! Caso esteja pensando em realizar uma cirurgia plástica, agende a sua consulta. Ficarei feliz em te ajudar a melhorar a autoestima.

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Publicado por
Dr. André Colaneri - CRM-SP 87886